Sobre a reforma do Comitê de Investimentos (Cirg) da Fundação Real Grandeza (FRG), segue uma importante avaliação de Tania Vera Vicente, diretora e conselheira histórica da entidade:
“Consta no site da FRG uma matéria sobre a reformulação do Cirg e o acesso à PRC [Proposta de Resolução do Conselho Deliberativo] nº 45/2024 que parece até piada.
Por uma questão de foco, sublimou-se diversos outros apontamentos constantes nos relatórios anexos, […] mas pinçaram só os que mais interessavam à proposta apresentada.
[Eles] justificam que [as mudanças] atendem à Previc [Superintendência Nacional de Previdência Complementar], mas a pressão da Previc sempre foi a de não ter conselheiro deliberativo em comitês de investimentos.
Dizem que isso estava discussão faz sete anos, mas é muito mais: pelo menos desde 2005 tentam incluir especialistas [de investimento] no Cirg com direito a voto, proposta sempre rechaçada pelos representantes dos empregados, aposentados e pensionistas, donos dos R$ 18 bilhões [do Fundo de Pensão da FRG].
Para dar ‘transparência’, incluíram a participação – como ouvintes – dos membros da Diretoria Executiva e dos conselhos Deliberativo e Fiscal [da FRG], prática sempre apresentada como total conflito de interesses.
A patrocinadora [Eletrobras], com a IP [Inside Pensions], deveria guardar uma feição mais técnica, com participantes ligados à gestão de investimentos, e não indicados do Conselho Deliberativo, das patrocinadoras, dos participantes assistidos. Parece que a IP caiu na FRG por intermédio da Eletrobras – conflito de interesses?”.
Resumo da ópera, segundo Tania:
1️⃣ Alijaram as representações da ASEF e Após-Furnas das decisões de investimento que têm como objetivo blindar a FRG de propostas de interesse político.
2️⃣ Incluíram uma política de alçadas: nem tudo será submetido a esse novo Cirg.
3️⃣ O Cirg foi rebaixado a ser consultivo, emitindo apenas parecer nas matérias que serão encaminhadas ao Conselho Deliberativo da FRG.
4️⃣ Fizeram o que interessava à Eletrobras e com a participação de nosso conselheiro eleito.
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