A assembleia geral da Eletrobras, marcada para a próxima terça-feira, pode marcar um ponto de virada na trajetória da companhia — e no próprio modelo de privatização no Brasil. O governo federal, mesmo com uma participação minoritária no capital, está prestes a conquistar maioria no conselho de administração da empresa.
Com três conselheiros indicados praticamente garantidos, bastaria cooptar mais dois nomes entre os candidatos privados para formar maioria simples no colegiado de dez membros. Segundo o mercado, Marcelo Gasparino e Juca Abdalla seriam os alvos preferenciais. Caso se alinhem ao governo, o Planalto volta a dar as cartas na Eletrobras, reconfigurando a correlação de forças dentro da companhia.
A estratégia é clara: sem precisar recomprar ações ou alterar a estrutura societária, o governo pode retomar o comando da maior empresa de energia da América Latina por meio da governança — um movimento que muitos já chamam de ‘reestatização branca’.
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